Produtores rurais estão preocupados com o preço que estão recebendo pelo litro do leite. Depois de uma alta expressiva durante o período de pandemia, o preço vem caindo a cada mês e a remuneração atual praticamente não paga os custos de produção. Entidades que representam o setor têm alertado as autoridades estaduais e federais das dificuldades que os pecuaristas, especialmente os pequenos, estão passando para se manter na atividade e muitos já cogitam parar com a produção se não houver uma perspectiva de melhora no curto prazo.
O principal problema enfrentado pelos produtores de leite é o custo de produção, os insumos e matérias-primas que compõem a ração, como soja e milho, subiram muito durante a pandemia e, com isso, houve um aumento no preço da alimentação dos animais. No entanto, com a queda no preço do leite, o custo da ração não cedeu e o produtor tem ficado no vermelho.
Pitanga é atualmente o 6º principal produtor de leite do Paraná e a grande maioria dos produtores produz até 250 litros/dia. O presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Anselmo Coutinho Machado, salienta que o leite entra em crise de forma recorrente, mas, dessa vez, o preço da ração tem sido o principal fator de prejuízo ao pecuarista.
Ele também aponta alguns fatores que fizeram com que o preço do leite caísse para o consumidor. O inverno foi mais ameno que o esperado e, com isso, a queda na oferta de leite, que sempre acontece nessa época, não ocorreu. Além disso, a queda no dólar fez com que o leite produzido na Argentina e no Uruguai ficasse mais barato e estimulasse a importação. Anselmo Machado lembra que existe um acordo comercial entre os países do Mercosul e tanto Uruguai como a Argentina têm uma cota de leite que podem colocar no país.
No mês de agosto, representantes da Faep e de outros setores que representam a produção de leite no Brasil estiveram em Brasília, discutindo o assunto com representantes do Ministério da Agricultura e bancada federal que representa o setor.
Anselmo destaca que, nesse momento de crise, o produtor deve procurar alternativas para baixar o custo de produção, como ampliar a alimentação a pasto ou buscar variedades de capim que tenham mais proteína. Outra questão importante é investir na produção de leite com qualidade, que tem um preço diferenciado. “Essa é uma atividade muito importante para grande parte dos municípios do Paraná e, por isso, esperamos que, em breve, essa situação seja contornada”, salienta.
Fonte: Paraná Centro (editado).