Nos seis primeiros meses deste ano, a importação de lácteos praticamente triplicou, chegando a 1,42 bilhão de litros. Os efeitos dessas compras podem levar ao descarte acentuado de animais e a extinção desse tipo de atividade na propriedade rural.
O volume de leite importado pelo Brasil de países do Mercosul, como Argentina e Uruguai, é apontado como principal responsável pela crise avassaladora que produtores de leite brasileiros estão passando. Nos seis primeiros meses deste ano, a importação de lácteos praticamente triplicou, chegando a 1,42 bilhão de litros. Os efeitos dessas compras podem levar ao descarte acentuado de animais e a extinção desse tipo de atividade na propriedade rural, o que seria um desastre para os demais elos da cadeia produtiva.
O presidente do Sindicato Rural de Toledo, Nelson Gafuri, lembra que o Sistema Faep/Senar-PR tem ecoado as reivindicações dos pecuaristas neste momento de dificuldades e tem se movimentado com presença nas instâncias governamentais, além da articulação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Frente Parlamentar da Agropecuária. Afinal, segundo Gafuri, não se pode permitir que uma atividade geradora de empregos não seja vista pelas autoridades com urgência. “Todos os elos da cadeia produtiva podem se desestruturar e será difícil recompor a atividade. Quem pensará um dia investir sem ter retorno? As entidades de classe da Região Oeste tem se esforçado bastante para manter o homem no campo com novas técnicas de produção e possibilidades para transformação da produção que vem da pequena propriedade. Temos apoiado iniciativas, como a produção de queijos, que geram valor agregado. O produtor que continua na atividade é um guerreiro, mas tem limite essa luta contra as importações”, desabafa o dirigente.
O Sindicato Rural defende medidas estruturantes em apoio às propriedades rurais que produzem leite e se soma ao pleito da Associação de Produtores de Leite de Toledo e Região para que o governo reveja a política de importações de lácteos do Mercosul. “A importação de leite precisa ter limite ou o desastre na cadeia produtiva será inevitável”, acrescenta Gafuri. Com isso ele reafirma que o Sindicato Rural está preocupado com a crise no setor.
O assunto entrou em pauta na última terça-feira (26), na Câmara de Vereadores de Toledo, em reunião da Comissão de Desenvolvimento Sustentável. Esta comissão tem por finalidade, entre outras, emitir parecer sobre planejamento, organização, funcionamento e incentivo às atividades econômicas rurais e urbanas, nelas compreendidas as atividades de comércio, as indústrias, os prestadores de serviços, a agricultura, a pecuária, os hortifrutigranjeiros e outros.
Sem muitas vezes se perceber, a cadeia produtiva do leite movimenta diariamente a economia de Toledo, assim das demais cidades em que o produtor rural investe na atividade. Tudo começa com a construção de galpões, investimentos em equipamentos para ordenha, refrigeração, ambiência aos animais e alimentação adequada, bem como todos os cuidados com a saúde dos animais e os itens para a sanidade da produção. Caminhões buscam a produção que chega aos laticínios e geram empregos em todo o processo até chegar ao supermercado, padaria, mercearia, que também empregam. Soma-se a tudo isso a assistência técnica oferecida a campo, com profissionais especializados na sanidade animal e na manutenção dos equipamentos.
Fonte: Assessoria do Sindicato Rural de Toledo, via O Presente Rural