Produtores de leite – A Emater/RS deve divulgar o novo Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite durante a 46ª Expointer, que acontece em Esteio (RS), entre os dias 26 de agosto e 3 de setembro.
A expectativa é que os dados apontem nova queda no número de produtores no estado entre os anos de 2022 e 2023, restando apenas 30 mil. A informação foi apurada pela equipe do Canal Rural junto à entidades ligadas ao setor.
No último levantamento, que engloba o período de 2015 a 2021, o Rio Grande do Sul reduziu o número de produtores de leite de 84 mil para 40 mil, uma queda de 52,28%. Entre os motivos para a baixa estão a baixa rentabilidade, custos altos, dificuldades de sucessão familiar e migração para atividades mais rentáveis como plantio de grãos e pecuária de corte.
Com duas estiagens consecutivas que afetaram o alimento para os animais e a produtividade por vaca, preços do leite em constante oscilação que dificultam planejamento de investimentos, aumento das importações de leite em pó do Mercosul e, ainda, um ciclone que afetou 556 produtores na região Celeiro em julho, novas desistências devem se confirmar.
Caso a projeção se confirme o Rio Grande do Sul a queda no número de produtores entre 2015 e 2023 deve ser de 64,3%. “A gente ainda aguarda a confirmação e a divulgação mas a situação é preocupante da mesma forma”, enfatiza Kaliton Prestes, engenheiro agrônomo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS).
Para a Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando) a situação do ciclone foi decisiva para muitas famílias. O fenômeno que atingiu o estado nos dias 12 e 13 de julho, com ventos acima de 100 km/h derrubou diversos galpões de produção, matou vacas, destruiu salas de ordenha. As maiores perdas foram notadas na Região Celeiro, importante bacia leiteira. “Os prejuízos estão longe de serem sanados só reconstruindo o galpão. Você perde pico de lactação porque estragou a comida. Então você tem que adquirir outra comida e não consegue na mesma qualidade. Você perde prenhez, cios, a terneira que nascer hoje só produzirá em dois anos. Todo dia tem alguém parando e isso aí é a gota d’água”, explica o presidente da entidade, Marcos Tang.
Fonte: Cana Rural (adaptado).