A evolução do ERP

O sistema que integra informações de forma inteligente segue evoluindo e se mostra cada vez mais essencial 

A história do ERP tem origem no começo do século 20, mais especificamente em 1913, quando o engenheiro de produção norte-americano Ford Whitman Harris desenvolveu o que ficou conhecido como EOQ (Economic Order Quantity), “quantidade de ordem econômica”. Ou, como se diz no Brasil, Lote Econômico de Compras. De maneira geral, trata-se de um sistema que permite calcular a quantidade ideal de estoque para um determinado produto e, com isso, programar a produção para evitar perdas.  

Por décadas, o EOQ foi o padrão de produção. No final dos anos 1950, quando começaram a surgir os conceitos modernos de controle tecnológico, a gestão organizacional ainda engatinhava. Na época, reinavam nas maiores indústrias os mainframes – aqueles computadores enormes, utilizados para o processamento de um volume grande de dados.  

Em 1964 a Black & Decker, fabricante norte-americana de ferramentas, deu um passo à frente ao se tornar a primeira empresa a apresentar o MRP (Material Requirement Planning), uma solução de planejamento das necessidades de materiais. Em português, podemos traduzir como “planejamento de recursos de manufatura”. O novo sistema combinava conceitos de EOQ com computadores mainframe.  

No início dos anos 1970, a expansão da economia e a maior disseminação dos computadores consolidou os MRPs. Ao longo daquela década, com a evolução gradual das tecnologias de computação, o software conceitual começou a abranger atividades de negócios que iam além da fabricação. Incluíam também finanças, recursos humanos e gerenciamento de relacionamento com o cliente. 

A década de 1980 marcou o início das redes de computadores ligadas a servidores, que eram mais baratos e fáceis de usar que os pesados mainframes. O MRP se transformou então em MRP II (Manufacturing Resource Planning), desenvolvido em 1983. O novo modelo trazia “módulos” e componentes de fabricação de núcleos integrados, incluindo compras, listas de materiais, programação e gerenciamento de contratos.  

Pela primeira vez, as diferentes tarefas de produção foram incorporadas a um sistema comum, com utilização de informações de outros sistemas. O MRP II também forneceu uma visão válida de como as companhias poderiam aproveitar o software para compartilhar e integrar os dados da empresa. Essa integração aumentou a eficiência das operações e possibilitou um planejamento mais elaborado da produção. 

Um novo salto tecnológico aconteceu no começo da década de 1990. A partir desses avanços, outra categoria de sistemas surgiu, com as primeiras versões do que se consolidaria como o ERP (Enterprise Resource Planning). O novo software, como diz a tradução do próprio nome, foi desenvolvido para cuidar do planejamento dos recursos empresariais. 

A sigla ERP foi cunhada pelo Gartner Group (instituto de pesquisa e análise do setor de Tecnologia da Informação) para se diferenciar e definir esse sistema como uma evolução do MRP II. Funcionalidades de finanças, contabilidade, custos, vendas, logística e recursos humanos, que antes eram gerenciadas por sistemas isolados, foram agregadas ao ERP.  

Mas a tecnologia do software de gestão de negócios continuou se desenvolvendo. A partir da segunda metade dos anos 1990, com a chegada da internet, o ERP absorveu os novos recursos que foram aperfeiçoados. Nos anos 2000, a adoção do ERP cresceu rapidamente. Ele se estabeleceu como um novo software de internet que deu acesso em tempo real às soluções de gestão empresarial. Também houve a evolução do ERP em nuvem, uma alternativa para pequenas empresas começarem a usar recursos do software, com custo inicial mais baixo. 

Os sistemas ERP continuam a evoluir e a desenvolver melhorias em seu funcionamento. Isso permite que as empresas continuem, por sua vez, coletando e integrando mais dados e tomando melhores decisões nos negócios. Isso aproxima o ERP do conceito de data driven, fundamental hoje em qualquer empresa. A ideia é tornar confiáveis as análises de dados para, então, assegurar as melhores decisões. Os riscos diminuem e as chances de sucesso aumentam. O ERP pode ajudar, e muito, a estruturar um negócio orientado por dados.   

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