O custo da mão de obra permaneceu inalterado e o custo qualidade do leite registrou leve queda de -0,3%
O mês de julho registrou uma elevação de custos de produção de leite, medido pelo ICPLeite/Embrapa, de 0,9%. Nos três últimos meses (maio a julho), ocorreu elevação contínua em todos os meses, acumulando 3,4% e evidenciando uma tendência altista de preços de insumos. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, contudo, ainda há deflação de custos, de -1,6%. Mas, nos últimos doze meses, o custo de produção de leite cresceu 2,0%.
Alta generalizada de elevação de preços – Em julho os preços de insumos cresceram de modo generalizado, demonstrando que o fenômeno de inflação de custos sinaliza uma tendência para o setor. O grupo Energia e combustível liderou os aumentos, puxado pela gasolina e pela mudança da energia para a bandeira amarela, seguido pelo grupo Volumosos, com alta de preços dos adubos. Este fenômeno ocorreu nos últimos quatro meses e reflete a valorização do Dólar frente ao Real, já que os adubos são majoritariamente importados. Os grupos Concentrado, Minerais e Sanidade e reprodução também apresentaram elevação, embora de intensidades menores.
O custo da mão de obra permaneceu inalterado e o custo qualidade do leite registrou leve queda de -0,3%.
O ano de 2024 tem apresentado volatilidade nos preços de insumos, com variações positivas e negativas nos meses do ano. O grupo Concentrado teve forte queda de preços no início do ano e em meses subsequentes, principalmente devido à queda de preços de milho, soja e algodão, dentre outros. O acumulado de sete meses foi de -11,1%, o que foi decisivo para uma deflação para o acumulado do ano, que foi de -1,6%. Além da intensidade da queda, o elevado peso desse grupo no cálculo do ICPleite/Embrapa foi decisivo. Minerais e Qualidade do leite foram grupos que também apresentaram deflação, ainda que restrita.
Em sentido contrário outros quatro grupos de custos, que compõem o ICPLeite/Embrapa, apresentaram inflação. Energia e combustível acumulou 10,0% no ano, seguido por Mão de obra, com 5,7%. O grupo Volumosos e Sanidade e reprodução tiveram, respectivamente variações de 4,9% e 4,6%.
No acumulado de doze meses, a variação dos custos de produção foi de 2,0%, com quatro grupos apresentando crescimento significativo de custos. O de maior intensidade foi o grupo Energia e combustível, com 11,0% de variação acumulada, enquanto que os de maior impacto, pelo seus pesos relativos, foram os grupos Volumosos e Mão de obra, com 6,9% e 5,7% de variação no período, respectivamente. O grupo Sanidade e reprodução acumulou aumento de 3,9%. Já o grupo Concentrado apresentou deflação de -2,6%.
De julho a outubro de 2023 os custos mantiveram-se estáveis. A partir daí, ocorreu uma forte elevação até janeiro de 2024, quando os preços caíram de maneira intensa, até abril, iniciando um novo período de crescimento.
Fonte: CILeite