Preço do leite avança 11% no pagamento de junho

Em Minas Gerais, preço recebido no mês passado – referente à produção entregue em maio – ficou, em média, R$ 2,73 por litro, segundo Cepea

A menor produção de leite no campo tem contribuído para a valorização do produto. Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Minas Gerais, o preço recebido em junho – referente à produção entregue em maio – ficou em média a R$ 2,73 por litro de leite.

Assim, a cotação superou em 11% o valor recebido no mês anterior. Com o resultado, os preços em Minas Gerais já subiram 29,38% no acumulado do ano,

A alta no valor do litro de leite no campo também foi verificada na média brasileira. Conforme o Cepea, o preço do leite captado em maio subiu pelo sétimo mês consecutivo e registrou elevação de 9,8% frente ao mês anterior, chegando, então, a R$ 2,71 por litro. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 30,4%.

Conforme o levantamento da pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, o movimento de alta se explica pela redução da produção no campo. O Índice de Captação Leiteira (Icap-L) do Cepea subiu apenas 0,14% de abril para maio, mas acumula baixa de 7,7% na parcial deste ano.

A pesquisadora ressalta que, além dos menores investimentos dentro da porteira, o avanço da entressafra limita a oferta do leite cru. “Consequentemente, a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima sustentou a valorização do leite”.

O aumento da matéria-prima no campo tem encarecido os derivados, porém, o repasse tem sido limitado, uma vez que não houve reação no consumo.

A pesquisa do Cepea em parceria com a OCB mostra que, na negociação entre indústrias e canais de distribuição paulistas, as médias de preços do UHT, muçarela e leite em pó fracionado (400g) subiram. No entanto, o repasse da valorização da matéria-prima para os derivados ocorreu em intensidade menor do que a variação observada no campo, já que o consumo não se fortaleceu como o esperado”.

Alta no preço do leite pode perder força

Com a dificuldade de repassar o aumento para o mercado final, as margens curtas e o aumento do rendimento no campo, a tendência é que o movimento de alta perca força no próximo pagamento.

O movimento altista deve perder força no pagamento do leite captado em junho e, até mesmo, se inverter a partir de julho. O incremento da margem do produtor nestes últimos meses, que tende a favorecer a recuperação da produção nacional de leite cru”, avaliou.

Conforme a pesquisadora do Cepea, as importações de leite em pó continuam sendo um fator de incerteza para o mercado. Os dados do relatório, com base na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), mostram que, em maio, as compras externas caíram 23,6%. No período, totalizaram cerca de 150 milhões de litros em equivalente leite.

Houve queda de 28% frente a maio de 2023, mas ainda é mais que o dobro do registrado em maio de 2022. De janeiro a maio, o volume importado somou 923 milhões de litros em equivalente leite, 5,1% a mais que no mesmo período de 2023”.

Conforme o Centro de Inteligência do Leite (CILeite) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite ( Embrapa Gado de Leite), para o leite captado em junho e cujo pagamento será em julho, a estimativa é de uma alta de 2,5% no valor do litro em Minas Gerais.

Fonte: Diário Do Comércio

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