É a sexta valorização consecutiva, refletindo a queda na captação nacional
O preço pago ao produtor de leite em maio, referente à matéria prima captada em abril, registrou alta de 5,1%, segundo levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Trata-se da sexta valorização consecutiva, ainda reflexo da queda na captação nacional diante do clima adverso enfrentado pelos produtores no Sul do país e entressafra no Sudeste.
A alta também foi influenciada pela queda nas importações de produtos lácteos do Brasil. Segundo o Cepea, foram 149,7 milhões de litros em equivalente leite, volume 23,6% menor que o registrado no mês anterior e de 28,33% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As exportações também diminuíram, registrando queda de 22,87% em relação ao mês anterior e 40,7% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Com isso, a balança comercial do setor apresentou um saldo negativo de US$ 65,8 milhões em maio.
Em relação aos custos de produção no período, o Cepea destaca que a desvalorização do milho contribuiu para reduzir os desembolsos com ração animal e elevar o poder de compra do pecuarista leiteiro. Em abril, 24,3 litros de leite para adquirir uma saca de 60 quilos do grão, valor abaixo da média dos últimos 12 meses, de 26,6 litros por saca.
Com isso, a margem bruta do produtor avançou 24% no período, alcançando R$ 0,61 o litro em maio. Para os próximos meses, as perspectivas são de que o movimento de alta perca força, segundo os pesquisadores, refletindo um potencial estímulo à produção após seis meses consecutivos de alta.
“Há expectativa de que a oferta tenda a se recuperar gradualmente. Isso combinado às dificuldades relatadas pelos laticínios em repassar o aumento da matéria-prima ao consumidor podem fazer com que o movimento altista perca a força a partir de junho”, avalia o Cepea em nota.
Fonte: Globo Rural