Bancada agro cobra ações ‘mais rápidas’ do governo para socorrer produtores de leite

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que o setor leiteiro nacional, que enfrenta uma crise por conta da alta nas importações de lácteos, precisa de uma ação “mais rápida” do governo. O congressista criticou as medidas anunciadas até agora e cobrou uma intervenção no Mercosul, com a criação de alguma barreira para limitar a entrada de produtos de Argentina, Uruguai e Paraguai.

“A única solução é uma barreira no Mercosul. Usar o parágrafo 1º do acordo, que já foi usado pela Argentina no caso do açúcar. Eles não tinham condição de produzir açúcar de cana, produzem de beterraba, e foi usada a taxa compensatória. Tínhamos todas as condições de fazer isso para o leite também porque a concorrência é desleal”, disse Lupion em conversa com jornalistas na última quarta-feira (04/10).

Lupion disse que as medidas anunciadas e planejadas pelo governo não têm efeito imediato e geram preocupação. Ele disse que a compra de R$ 100 milhões de leite em pó pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por exemplo, não é capaz de rastrear o produto.

“Não há comprovação nenhuma, pois não consegue rastrear o leite, se ele não é importado também, já há esse risco”, disse. O parlamentar também afirmou que o governo não tem condições de dar subsídio aos produtores de leite como a Argentina faz.

“Eles [argentinos] têm a produção de leite que se resume a alguns milhares de pessoas, uma produção em alta escala, com baixíssimo custo. Aqui temos 1,2 milhão produtores, grande parte da agricultura familiar, que não conseguem dissipar os custos de produção”, completou.

Lupion reconheceu o aumento na fiscalização das importações de leite. Segundo ele, o prazo para desembaraço de cargas nas fronteiras passou de um dia para uma semana, o que já gerou reclamação dos exportadores uruguaios.

“Precisamos proteger nossos produtores. Tem muita gente abandonando a atividade porque não cobre minimamente os custos. Então, precisa de uma ação mais rápida do governo”, concluiu.

Fonte: Globo Rural, via MilkPoint (adaptado)

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