Brasil ganha peso nas ambições da Lactalis

Maior laticínio do mundo, a francesa Lactalis já vinha disputando a liderança do mercado brasileiro com a Nestlé. Estavam emparelhadas. Mas a compra da DPA Brasil (Dairy Partners America), uma joint venture entre a multinacional suíça e a neozelandesa Fonterra, anunciada pela Lactalis no dia 12 de dezembro, deverá desempatar o jogo.

O movimento não só dá continuidade à estratégia da Lactalis, que vem expandindo sua atuação mundo afora por meio de fusões e aquisições, como é mais um passo para o que parece ser uma saída à francesa (com o perdão do trocadilho) da Nestlé do segmento no país. Em 2019, a empresa suíça passou o negócio local de leite longa vida para a Bela Vista.

Em escala global, a Lactalis ultrapassou a Nestlé em 2020. Em 2021, distanciou-se um pouco mais da rival ao alcançar receita de US$ 26,7 bilhões no mundo. Em 2021, a Nestlé faturou US$ 21 bilhões, segundo o ranking “Global Dairy Top 20”, do banco holandês Rabobank.

O Brasil é a quinta maior operação da Lactalis no mundo, logo atrás da Itália. As três primeiras são França, EUA e Canadá. Por aqui, o segmento de lácteos foi avaliado em R$ 119 bilhões em 2022 pela Euromonitor, com Lactalis e Nestlé com participações de quase 12% cada – 11,7% e 11,6%, respectivamente. A Danone vem em terceiro, com 7%. Portanto, a aquisição da DPA parece ser o fiel da balança.

A subsidiária brasileira da Lactalis não revela faturamento, mas o CEO da companhia para Brasil e Cone Sul, Patrick Sauvageot, deu uma pista: a compra da DPA, que faturou perto de R$ 1,6 bilhão no ano passado, contribuirá para um aumento de pouco mais de 10% da receita da multinacional no país.

Já dona de Parmalat, Président, Poços de Caldas, Batavo, Itambé e Elegê, a Lactalis passa a ter sob o braço outras marcas, como Chambinho, Chamyto e Chandelle. Para essas três, os direitos de propriedade intelectual no país serão transferidos com a aquisição. O acordo também prevê uma licença de longo prazo para o uso de marcas da Nestlé, como Ninho, Neston, Molico e Nesfit, exclusivamente no segmento de lácteos refrigerados.

A compra agrega duas fábricas, em Araras (SP) e Garanhuns (PE), à estrutura da multi. A companhia já tem 23 unidades industriais em oito Estados.

Informações do Valor Econômico, acessadas e adaptadas do site MilkPoint.

Mais postagens

Envie-nos uma mensagem