Tecnologias digitais, integradas ao pensamento estratégico, automatizam os processos operacionais e alavancam a produtividade
Quando se fala em Indústria 4.0, o que vem à mente são robôs, máquinas inteligentes e todos aqueles elementos “futuristas” que os filmes de ficção científica mostram. O raciocínio não está errado, mas revela apenas a superfície do conceito. De fato, Indústria 4.0 envolve robótica, internet das coisas, cibersegurança e inteligência artificial, entre outras tecnologias de ponta.
Mas o conceito é abrangente e vai muito além dos aspectos visuais que saltam aos olhos. A Indústria 4.0 agrega diversas mudanças ao cenário industrial e transforma a maneira como as empresas operam. Por isso também é conhecida como quarta Revolução Industrial. Trata-se de uma convergência das tecnologias digitais, físicas e biológicas.
A primeira Revolução Industrial, com a máquina a vapor e o tear mecânico, começou em meados do século XVIII, por volta de 1760. A segunda se desenvolveu no final do século XIX, com o uso da eletricidade e a produção em massa. A terceira surgiu após a década de 1950, com a influência de máquinas mais eficientes, fabricadas ou aprimoradas após a Segunda Guerra Mundial.
A partir de 2011, o termo Indústria 4.0, usado pela primeira vez na Alemanha, marca o início da quarta Revolução Industrial, que começou a ligar a automação industrial ao uso de máquinas conectadas. Com boa parte dos processos operacionais automatizados, esse avanço tornou possível a fabricação de produtos mais customizados e baseados em dados analíticos.
O novo modelo acelera o processo produtivo, melhora sua qualidade e agiliza a distribuição. A chamada produção inteligente deixa de ser apenas um conceito para se tornar uma realidade possível. Não apenas pelo alto nível tecnológico das máquinas e dispositivos, mas pelo enorme potencial de coleta, armazenamento e análise de dados.
Avisos sobre prazos, aquisições, vendas, metas e outras tarefas passam a fazer parte do fluxo de informações e comunicação entre os sistemas. Com o processo automatizado, as indústrias se comunicam diretamente com seus fornecedores. E as empresas passam a conhecer mais detalhadamente os consumidores de seus produtos, por meio de dados sobre seus hábitos de consumo, preferências etc.
À primeira vista pode parecer difícil visualizar, mas essa ação coordenada favorece a elaboração de estratégias mais eficientes de produção, distribuição e venda. No decorrer do processo – que não ocorre da noite para o dia – o objetivo desejado toma forma: reduzir custos e aumentar a produção de maneira padronizada. Em tempos de revolução inteligente e digital, isso se converte em um maior potencial competitivo para as empresas.
Por mais que esteja acontecendo há uma década, a quarta Revolução Industrial ainda é nova e demanda um salto grande, no que diz respeito à inovação e à mudança de mentalidade. Uma coisa é certa: a Indústria 4.0 viabiliza a adequação da indústria à demanda de um público crescente e cada vez mais exigente.