Como ficam os laticínios brasileiros no cenário da Indústria 4.0

O setor lácteo do Brasil ainda lida com uma série de desafios para se adequar ao novo cenário industrial. Mas as barreiras não são instransponíveis. 

No atual panorama de mudanças e novas formas de produzir, a indústria brasileira busca se adaptar ao modelo da Indústria 4.0. Apesar de não ser exatamente uma novidade, podemos comparar a Indústria 4.0 no Brasil a um vasto campo fértil, mas ainda pouco explorado. Seu desenvolvimento se encontra em estágio inicial. 

Esse processo só começou por aqui em 2017, quando associações, empresas e governo se uniram para formar o Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 (GTI 4.0). Mas a maioria das empresas do país ainda trabalha com modelos tradicionais de produção, pouco aprimorados e que dependem de processos manuais. Quando se trata de incorporar os conceitos da Indústria 4.0, o Brasil tem muito chão pela frente. A mudança cultural dos gestores é uma necessidade e carece de amadurecimento. Mas existem outros obstáculos. 

As desigualdades chamam a atenção: o chão de fábrica na Europa, por exemplo, é completamente diferente do brasileiro. A educação de baixa qualidade no Brasil ainda não garante a capacitação técnica no mesmo nível de países como Estados Unidos, Alemanha, Suécia ou Japão. A barreira econômica também é uma dificuldade para o pequeno empresário no Brasil, que luta contra a crise. 

Isso significa o quê? Que os empresários brasileiros devem se conformar com este cenário e continuar seguindo modelos ultrapassados de produção? No momento, nem todos têm a opção de mudar. Mas isso não significa que devam continuar fechados para a transformação. O caminho é árduo, mas promissor. A transição é lenta, mas precisa começar de algum ponto. O que pode ser feito para que esses obstáculos comecem a ser contornados ou superados?  

A quarta Revolução Industrial, que hoje parece muito distante da realidade de boa parte do segmento lácteo brasileiro, começa a ter sua importância percebida por empresários de diversos setores. O país tem buscado “correr atrás do prejuízo” (embora lentamente) para se alinhar a esse modelo de indústria voltada para a tecnologia e a inovação. A tendência é que o olhar incerto dê lugar a uma visão clara, na qual os laticínios enxerguem esse movimento como oportunidade e não como risco.  

É importante entender que se trata de uma mudança na forma de produzir e de atender ao mercado. E essa mudança não ocorre da noite para o dia. Os laticínios precisam, primeiro, se adequar ao mundo digital. A implantação do conceito 4.0 é gradual e vai muito além do uso de robôs, computadores e Internet das Coisas. Essas tecnologias são importantes e servem de apoio, mas a Indústria 4.0 não se restringe a elas. O uso de dados é fundamental para o entendimento desse modelo.  

Os pequenos e médios laticínios também devem se adaptar, gradualmente, à nova referência de automação. Afinal, nenhum laticínio deseja perder a capacidade competitiva. Pelo contrário. Todos querem atender às demandas do mercado e cativar os consumidores. Quanto melhor o aproveitamento da tecnologia, mais chances de crescimento e lucratividade terá o setor lácteo. 

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